segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

As escolhas de uma vida


AS ESCOLHAS DE UMA VIDA

Por Pedro Bial

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: “nós somos a soma das nossas decisões”. Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do ceticismo de Allen: A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar “minha vida”.

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.

No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances.

Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem disposto e não tê-los quando se está cansado.

Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.

Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho, ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações. Lembre-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado.

É preciso muita coragem para enfrentar seus inimigos. Mas é preciso ainda mais coragem para enfrentar seus amigos.

Às vezes é preciso esquecer um pouco a pressa e prestar mais atenção em todas as direções ao longo do caminho. A pressa cega os olhos.

E deixamos de observar tantas coisas boas e belas que acontecem ao nosso redor. Às vezes o que precisamos está tão próximo...

Passamos, olhamos, mas não enxergamos. Não basta apenas olhar.

É preciso saber olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração.

O primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer de que querer fazer é poder fazer. Basta acreditar!

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